A onda dos bebês reborn e a crise de existencialidade humana

Nos últimos anos, e mais especificamente na conjuntura atual, a popularidade dos bebês reborn - ( bonecas hiper- realista que imitam recém nascidos) cresceu de maneira assustadora sobre tudo entre os adultos . O fato intrigante é que tal fenômeno de aquisição dessas bonecas não relaciona-se a questão de ser um colecionador ou por um simples ato de hobby, mas para muitas pessoas representa uma presença emocional concreta, sendo tratados com afeto, cuidado, e em alguns casos chega-se a ser tratados como filhos

Estaríamos chegado ao colapso da existencialidade ? Ou simplesmente a ausência de referencias tem criado uma lacuna de valores nos indivíduos. Estamos diante de um cenário complexo, que ao mesmo tempo que te apresenta a perplexidade, te permite fazer conjecturas e entender que tal realidade são fatores sintomáticos de um mundo que coisificou as pessoas, e ao mesmo tempo procura-se preencher vazios deixados por sequelas emocionais que não foram curadas.

O advento meteórico dos bebês reborn é o grito de socorro de uma sociedade adoecida, que procura significados e significação, fora de si mesmo, que transfere para seres inanimados, o desejo de ser visto, valorizado, ator principal e não coadjuvante, é realidade nua e crua de uma crise que dificilmente permitirá crescimento.

Autor: Prof - Marcos Aurélio